sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

O verdadeiros cristãos precisam saber


Os cristãos verdadeiros precisam saber que as tolices, como a seguir exemplifico, estão à margem do evangelho que nos foi ensinado por Jesus. Na verdade, se trata de um outro evangelho.
Em detrimento da Palavra, multiplicam-se os púlpitos festivos. Encenações inusitadas, objetos ungidos e mágicos, entrevistas com demônios, amuletos, “mercadorias” diversas, benzer a sola do pé tudo é válido no desvario em que se envolvem pregadores e ouvintes.
O evangelho, da forma que foi anunciado pelos apóstolos nos primeiros tempos, já não serve para hoje? Pregar contra o pecado, arrependimento, perdão e santidade se tornou antiquado, obsoleto, repreensível. Hoje querem entreter os ouvintes, apresentar uma nova atração a cada semana, tudo semelhante ao que vemos na sociedade consumista. Mas o que é preciso mesmo, e com urgência, é botarmos a boca no trombone e denunciar o que estão fazendo com o evangelho.
Irmãos e irmãs há que já perderam a noção do que é ser cristão. Não sabem sequer por que Jesus morreu. Têm o dízimo como meio de obter bênçãos espirituais e materiais. Não conhecem o evangelho da renúncia, da resignação, do sofrimento, do carregar a cruz, do contentar-se com o pouco. Certa vez, conversando com um jovem  ele disse: “Se sirvo a Jesus, quero ser rico, ter uma boa casa e carro importado”. Os anos se passaram e nada disso aconteceu. Ele e seus pais pararam de ofertar e estão com a fé em declínio. É o que está acontecendo: gazofilácios cheios, pessoas vazias. O pai desse jovem me revelou que entrou nessa porque acreditou nas entrevistas que falam de riqueza fácil. Agora ele percebe que os que estão mais pobres não são convidados a falar de sua pobreza.
Pelas perguntas e respostas a seguir é possível comparar o evangelho de ontem com o de hoje. Após ouvirem a pregação de Pedro, muitos, contritos, perguntaram: “Que faremos?” Pedro respondeu: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo” (At 2.37-38). A resposta, hoje, seria: “Participe das campanhas, faça o sacrifício do dar tudo, e seja próspero”. Atendendo à curiosidade de Nicodemos, Jesus disse: “Quem não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” (Jo 3.3). A resposta no outro evangelho: “Seja dizimista fiel”. Se alguém perguntasse a Tiago o que deveria fazer para livrar-se dos encostos, ele prontamente diria: “Sujeitai-vos a Deus; resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tg 4.7). A resposta do evangelho festivo seria: “Use sal grosso, sabonete de descarrego, vassouras, fitas, colares, cajados, pedras, seja dizimista fiel, ouça os testemunos”. Se o pecado do rei Davi – adultério e co-autoria num homicídio - fosse nos dias de hoje, a culpa seria do encosto que estaria nele. Uma série de exorcismos, cinqüenta quilos de sal grosso, uma dúzia de sabonetes seriam necessários para pôr o encosto em retirada. Às indagações sobre como ter o necessário à vida, Jesus respondeu: “Não pergunteis que haveis de comer, ou que haveis de beber, e não andeis inquietos. Buscai antes o reino de Deus, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Lc 12.29,31). A resposta no evangelho da prosperidade: “Toque no lençol mágico”.
O Apóstolo Paulo confessa que “orou três vezes ao Senhor” para que o livrasse de um espinho na carne. Mas o Senhor, em vez de atendê-lo, respondeu: “A minha graça te basta, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”. Reconhecendo a vontade soberana de Deus, Paulo se conforma e continua com seu espinho. E declara: “Portanto, de boa vontade me gloriarei nas minhas fraquezas”, pelo que “sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Pois quando estou fraco, então é que sou forte” (2 Co 12.7-10). A orientação para esses casos, nos púlpitos festivos, é a seguinte: “Exija de Deus seus direitos”. Sofredores como o Apóstolo, o servo Jó e muitos outros desconheciam esse caminho “legal” para exigir direitos assegurados.
Com relação à substituição do "pedir" pelo "exigir", vejam o seguinte: Pedir, do grego aiteõ, sugere a atitude de um suplicante que se encontra em posição inferior àquele a quem pede. É esse o verbo usado em João 14.13 – “E tudo quanto pedirdes em meu nome...” – e 14.14 – “Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei”. “Pedir”, do grego erõtaõ, indica com mais freqüência que o suplicante está em pé de igualdade ou familiaridade com a pessoa a quem ele pede, como, por exemplo, um rei fazendo pedido a outro rei. “Sob este aspecto, é significativo destacar que o Senhor Jesus NUNCA usou o verbo aiteõ na questão de fazer um pedido ao Pai”, por ter dignidade igual Àquele a quem pedia. (Jo 14.16; 17.9,15, 20 – Fonte: Dic. VINE). Por essas e outras, há muita gente confundindo alhos com bugalhos.
Repassa-se a idéia de que crente não deve chorar nem passar por qualquer tipo de sofrimento. Crente deve ser próspero. A verdade, por muitos desconhecida, é que a fidelidade a Deus não nos garante uma vida livre de dores, aflições e sofrimento. Dizer que aos crentes e fiéis dizimistas estão garantidos com uma vida de flores, sem lágrimas, sem luta espiritual, sem aperto financeiro, é conversa para boi dormir. Jesus disse que seus seguidores deveriam carregar sua própria cruz, caminhar por um caminho apertado e passar por uma porta estreita “No mundo tereis aflições; na verdade todos os que desejam viver piamente em Cristo padecerão perseguições” (Jo 16.33; 2 Tm 3.12). Era da vontade de Deus que Paulo pregasse o evangelho em Roma. Apesar de sua fidelidade a Deus, os caminhos lhe foram difíceis. Enfrentou provações várias, naufrágio, tempestade, prisões.
Não podemos fazer ouvidos moucos à zombaria e piadas em torno desse “outro evangelho”. As pessoas tendem a nivelar todas as Igrejas Evangélicas pelo que vê na televisão,ouve no rádio ou pelo que vê num ou outro culto. Eu pensaria da mesma forma se não fosse evangélico. É preciso esclarecer a opinião pública sobre o que diz a Bíblia a respeito de cada nova idéia extravagante. Que se façam ouvir as vozes e o protesto dos líderes que defendem a pregação de um evangelho livre de heresias e irracionalidade.
Sem conhecer a verdade bíblica se torna difícil detectar as heresias. Ouça este conselho: não coma pela mão dos outros, mas examine você mesmo se o que o seu pastor prega está de acordo com a Palavra. Se você não estiver devidamente preparado para esse exame, consulte outros irmãos.

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